Este é o Blogue da Mediateca Escolar da Escola Secundária com 3º Ciclo do Ensino Básico Matias Aires do Agrupamento de Escolas Agualva Mira Sintra, em Agualva-Cacém. Com ele pretendemos, entre outros objetivos, divulgar atividades, disponibilizar recursos, dialogar com a nossa comunidade educativa, ...
segunda-feira, 22 de maio de 2023
Dia da Espiga
22 de maio - Dia do Autor Português
Dia do Autor Português
O Dia do Autor Português comemora-se anualmente a 22 de maio.
Neste dia, são homenageados todos os autores portugueses das diferentes áreas artísticas.
Este dia assinala igualmente o aniversário da Sociedade Portuguesa de Autores.
Vivemos numa sociedade materialista e individualista, que nem sempre reconhece os seus valores. Os autores, produtores de ideias, muitas vezes não recebem o crédito que merecem.
Foi com o objetivo de homenagear o autor português e destacar a sua importância no desenvolvimento da cultura e do bem-estar da comunidade que, desde 1982, se assinala este dia.
Para celebrar esta efeméride realizam-se, normalmente, várias atividades no país, com destaque para o encontro com os autores portugueses e as iniciativas de promoção e incentivo à leitura realizadas nas bibliotecas escolares.
Todos são convidados a recordar os grandes autores portugueses neste dia ou a conhecer novos autores, desde os talentos emergentes na cena nacional aos talentos mais anónimos.
Uma Nação só Vive porque Pensa
Uma nação só vive porque pensa. Cogitat ergo est. A força e a riqueza não bastam para provar que uma nação vive duma vida que mereça ser glorificada na História - como rijos músculos num corpo e ouro farto numa bolsa não bastam para que um homem honre em si a Humanidade. Um reino de África, com guerreiros incontáveis nas suas aringas e incontáveis diamantes nas suas colinas, será sempre uma terra bravia e morta, que, para lucro da Civilização, os civilizados pisam e retalham tão desassombradamente como se sangra e se corta a rês bruta para nutrir o animal pensante. E por outro lado se o Egipto ou Tunis formassem resplandescentes centros de ciências, de literaturas e de artes, e, através de uma serena legião de homens geniais, incessantemente educassem o mundo - nenhuma nação mesmo nesta idade do ferro e de força, ousaria ocupar como um campo maninho e sem dono esses solos augustos donde se elevasse, para tornar as almas melhores, o enxame sublime das ideias e das formas.
Só na verdade o pensamento e a sua criação suprema, a ciência, a literatura, as artes, dão grandeza aos Povos, atraem para eles universal reverência e carinho, e, formando dentro deles o tesouro de verdades e de belezas que o Mundo precisa, os tornam perante o Mundo sacrossantos.
(…) Se uma nação, portanto, só tem a superioridade porque tem pensamento, todo aquele que venha revelar na nossa pátria um novo homem de original pensar concorre patrioticamente para lhe aumentar a única grandeza que a tornará respeitada, a única beleza que a tornará amada; - e é como quem aos seus templos juntasse mais um sacrário ou sobre as suas muralhas erguesse mais um castelo.
(Eça de Queirós, in “A Correspondência de Fradique Mendes”)
segunda-feira, 15 de maio de 2023
Semana do Agrupamento: Expressões Idiomáticas-Mostra II
segunda-feira, 8 de maio de 2023
9 de maio - Dia da Europa
Europa, sonho futuro!
Europa, sonho futuro!
Europa, manhã por vir,
fronteiras sem cães de guarda
nações com seu riso franco
abertas de par em par!
Europa sem misérias arrastando seus
andrajos, virás um dia? Virá o dia
em que renasças purificada?
Serás um dia o lar comum dos que
nasceram
no teu solo devastado?
Saberás renascer, Fénix, das cinzas
em que arda enfim, falsa grandeza,
a glória que teus povos se sonharam
– cada um para si te querendo toda?
Europa, sonho futuro,
se algum dia há-de ser!
Europa que não soubeste
ouvir do fundo dos tempos
a voz na treva clamando
que tua grandeza não era
só do espírito seres pródiga
se do pão eras avara!
Tua grandeza a fizeram
os que nunca perguntaram
a raça por quem serviam.
Tua glória a ganharam
mãos que livre modelaram
teu corpo livre de algemas
num sonho sempre a alcançar!
Europa, ó mundo a criar
Europa, ó sonho por vir
enquanto à terra não desçam
as vozes que já moldaram
tua figura ideal!
Europa, sonho incriado,
até ao dia em que desça
teu espírito sobre as águas!
Europa sem misérias arrastando seus
andrajos, virás um dia? virá o dia
em que renasças purificada?
Serás um dia o lar comum dos que nasceram
no teu solo devastado?
Renascerás, Fénix, das cinzas
do teu corpo dividido?
Europa, tu virás só quando entre nações
o ódio não tiver a última palavra,
ao ódio não guiar a mão avara.
à mão não der alento o cavo som de enterro
dos cofres dirigindo o sangue do rebanho
– e do rebanho morto, enfim, à luz do dia,
o homem que sonhaste, Europa, seja vida!
Adolfo Casais Monteiro