quinta-feira, 20 de abril de 2023

25 de Abril

      

“A Revolução de 25 de Abril, também conhecida como Revolução dos Cravos,Revolução de Abrilou apenas por25 de Abril,refere-se a um evento da história de Portugal resultante do movimento político e social, ocorrido a 25 de abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo, vigente desde 1933, e que iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático.

(...) Esta ação foi liderada por um movimento militar, o Movimento das Forças Armadas (MFA), composto na sua maior parte por capitães que tinham participado na Guerra Coloniale que tiveram o apoio de oficiais milicianos.Este movimento surgiu por volta de1973, baseando-se inicialmente em reivindicações corporativistas como a luta pelo prestígio das forças armadas, acabando por atingir o regime político em vigor. “

(in https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolução de 25 de Abril de 1974)

 Ora, é costume dizer-se que a poesia é a alma de um povo. Por isso mesmo, é normal associá-la a acontecimentos relevantes da história das nações e dos povos, sucedendo, assim, uma cumplicidade inequívoca, tantas vezes expressa numa relação entre causa e efeito, cuja ordem dostermos é assumida, de forma não determinada, por ambos.

Ora, sendo Portugal é um país de poetas é natural e óbvio que os acontecimentos da sua história estejam plasmados e sejam tantas vezes relevados por esta expressão literária, que é a poesia. Ficam, por isso, dois registos desta relação tão cúmplice referenciada ao acontecimento histórico do 25 de abril.

É urgente o amor.

É urgente o amor.

É urgente um barco no mar.


É urgente destruir certas palavras,

ódio, solidão e crueldade,

alguns lamentos, muitas espadas.


É urgente inventar alegria,

multiplicar os beijos, as searas,

é urgente descobrir rosas e rios

e manhãs claras.


Cai o silêncio nos ombros e a luz impura, até doer.

É urgente o amor, é urgente

permanecer.

Eugénio de Andrade


A Cor da Liberdade

 Não hei-de morrer sem saber

  qual a cor da liberdade.


 Eu não posso senão ser

 desta terra em que nasci.

 Embora ao mundo pertença

 e sempre a verdade vença, 

qual será ser livre aqui, 

não hei-de morrer sem saber.


 Trocaram tudo em maldade,

 é quase um crime viver.

 Mas, embora escondam tudo

 e me queiram cego e mudo,

 não hei-de morrer sem saber

 qual a cor da liberdade.

Jorge de Sena