segunda-feira, 8 de maio de 2023

9 de maio - Dia da Europa

 


O “Dia da Europa”,
comemorado a 9 de maio, nasceu no Conselho Europeu de Milão, de 28 e 29 de junho de 1985 e foi celebrado pela primeira vez em 1986.

Porquê dia 9 de maio?
Dia 9 de maio de 1950, pelas 16h00, Robert Schuman, o então ministro dos Negócios Estrangeiros de França, apresentou, no Salon de l'Horloge do Quai d'Orsay, em Paris, uma proposta com as bases fundadoras do que é hoje a UE.
Esta proposta, conhecida como "Declaração Schuman", baseada numa ideia originalmente lançada por Jean Monnet, destacava os valores de paz, solidariedade, desenvolvimento económico e social, equilíbrio ambiental e regional e incluía a criação de uma instituição europeia supranacional incumbida de gerir as matérias-primas que, nessa altura, constituíam a base do poderio militar: o carvão e o aço.
(in https://eurocid.mne.gov.pt/)
O poema “Europa, sonho futuro!” é uma lição de Liberdade de Adolfo Casais Monteiro. O valor mais importante, aquele que os tiranos negam primeiro, o poeta escreve repetidamente em letra maiúscula nos versos de “Europa”. Poesia violenta contra a violência de uma guerra mundial, palavras a projetarem a visão do humanista e do europeísta convicto em defesa da democracia e de “um lar comum” para as nações devastadas.
A mensagem passou nos microfones da BBC.

Europa, sonho futuro!

Europa, sonho futuro! 

Europa, manhã por vir, 

fronteiras sem cães de guarda

 nações com seu riso franco

abertas de par em par!


Europa sem misérias arrastando seus 

andrajos, virás um dia? Virá o dia

em que renasças purificada?

Serás um dia o lar comum dos que 

nasceram

no teu solo devastado?


Saberás renascer, Fénix, das cinzas

em que arda enfim, falsa grandeza,

a glória que teus povos se sonharam 

– cada um para si te querendo toda?


Europa, sonho futuro,

se algum dia há-de ser! 

Europa que não soubeste 

ouvir do fundo dos tempos 

a voz na treva clamando 

que tua grandeza não era

só do espírito seres pródiga 

se do pão eras avara!

Tua grandeza a fizeram

os que nunca perguntaram

a raça por quem serviam.

Tua glória a ganharam

mãos que livre modelaram

teu corpo livre de algemas 

num sonho sempre a alcançar! 

Europa, ó mundo a criar


Europa, ó sonho por vir 

enquanto à terra não desçam

as vozes que já moldaram

tua figura ideal!

Europa, sonho incriado, 

até ao dia em que desça 

teu espírito sobre as águas!


Europa sem misérias arrastando seus

 andrajos, virás um dia? virá o dia 

em que renasças purificada?


Serás um dia o lar comum dos que nasceram 

no teu solo devastado?

Renascerás, Fénix, das cinzas

do teu corpo dividido?


Europa, tu virás só quando entre nações

o ódio não tiver a última palavra,

ao ódio não guiar a mão avara.

à mão não der alento o cavo som de enterro

dos cofres dirigindo o sangue do rebanho

– e do rebanho morto, enfim, à luz do dia, 

o homem que sonhaste, Europa, seja vida!

                          Adolfo Casais Monteiro   



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