Dia do Autor Português
O Dia do Autor Português comemora-se anualmente a 22 de maio.
Neste dia, são homenageados todos os autores portugueses das diferentes áreas artísticas.
Este dia assinala igualmente o aniversário da Sociedade Portuguesa de Autores.
Vivemos numa sociedade materialista e individualista, que nem sempre reconhece os seus valores. Os autores, produtores de ideias, muitas vezes não recebem o crédito que merecem.
Foi com o objetivo de homenagear o autor português e destacar a sua importância no desenvolvimento da cultura e do bem-estar da comunidade que, desde 1982, se assinala este dia.
Para celebrar esta efeméride realizam-se, normalmente, várias atividades no país, com destaque para o encontro com os autores portugueses e as iniciativas de promoção e incentivo à leitura realizadas nas bibliotecas escolares.
Todos são convidados a recordar os grandes autores portugueses neste dia ou a conhecer novos autores, desde os talentos emergentes na cena nacional aos talentos mais anónimos.
Uma Nação só Vive porque Pensa
Uma nação só vive porque pensa. Cogitat ergo est. A força e a riqueza não bastam para provar que uma nação vive duma vida que mereça ser glorificada na História - como rijos músculos num corpo e ouro farto numa bolsa não bastam para que um homem honre em si a Humanidade. Um reino de África, com guerreiros incontáveis nas suas aringas e incontáveis diamantes nas suas colinas, será sempre uma terra bravia e morta, que, para lucro da Civilização, os civilizados pisam e retalham tão desassombradamente como se sangra e se corta a rês bruta para nutrir o animal pensante. E por outro lado se o Egipto ou Tunis formassem resplandescentes centros de ciências, de literaturas e de artes, e, através de uma serena legião de homens geniais, incessantemente educassem o mundo - nenhuma nação mesmo nesta idade do ferro e de força, ousaria ocupar como um campo maninho e sem dono esses solos augustos donde se elevasse, para tornar as almas melhores, o enxame sublime das ideias e das formas.
Só na verdade o pensamento e a sua criação suprema, a ciência, a literatura, as artes, dão grandeza aos Povos, atraem para eles universal reverência e carinho, e, formando dentro deles o tesouro de verdades e de belezas que o Mundo precisa, os tornam perante o Mundo sacrossantos.
(…) Se uma nação, portanto, só tem a superioridade porque tem pensamento, todo aquele que venha revelar na nossa pátria um novo homem de original pensar concorre patrioticamente para lhe aumentar a única grandeza que a tornará respeitada, a única beleza que a tornará amada; - e é como quem aos seus templos juntasse mais um sacrário ou sobre as suas muralhas erguesse mais um castelo.
(Eça de Queirós, in “A Correspondência de Fradique Mendes”)
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