“A Revolução de 25 de Abril, também conhecida como Revolução dos Cravos,Revolução de Abrilou apenas por25 de Abril,refere-se a um evento da história de Portugal resultante do movimento político e social, ocorrido a 25 de abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo, vigente desde 1933, e que iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático.
(...) Esta ação foi liderada por um movimento militar, o Movimento das Forças Armadas (MFA), composto na sua maior parte por capitães que tinham participado na Guerra Coloniale que tiveram o apoio de oficiais milicianos.Este movimento surgiu por volta de1973, baseando-se inicialmente em reivindicações corporativistas como a luta pelo prestígio das forças armadas, acabando por atingir o regime político em vigor. “
(in https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolução de 25 de Abril de 1974)
Ora, é costume dizer-se que a poesia é a alma de um povo. Por isso mesmo, é normal associá-la a acontecimentos relevantes da história das nações e dos povos, sucedendo, assim, uma cumplicidade inequívoca, tantas vezes expressa numa relação entre causa e efeito, cuja ordem dostermos é assumida, de forma não determinada, por ambos.
Ora, sendo Portugal é um país de poetas é natural e óbvio que os acontecimentos da sua história estejam plasmados e sejam tantas vezes relevados por esta expressão literária, que é a poesia. Ficam, por isso, dois registos desta relação tão cúmplice referenciada ao acontecimento histórico do 25 de abril.
É urgente o amor.
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos, muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugénio de Andrade
A Cor da Liberdade
Não hei-de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.
Eu não posso senão ser
desta terra em que nasci.
Embora ao mundo pertença
e sempre a verdade vença,
qual será ser livre aqui,
não hei-de morrer sem saber.
Trocaram tudo em maldade,
é quase um crime viver.
Mas, embora escondam tudo
e me queiram cego e mudo,
não hei-de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.
Jorge de Sena
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