A Esma tem pela primeira vez na sua história um belo presépio rural. Mas o que é isso? Perguntam os s leitores distraídos. Pois aqui deixamos a explicação que os mentores de tão afamado presépio deram ao nosso jornal.
“Associadas à quadra natalícia, as «searinhas», «cabeleiras», «centeiinhas», «tacinhas de Adónis» ou «searas de Jesus», aparecem, sobretudo, nas zonas rurais, colocadas junto dos oratórios e presépios erguidos em casa, nas capelas e igrejas, oferecidas ao Menino Deus, com o pedido de «boas colheitas».
Semeadas três semanas ou um mês antes do Natal, utilizam-se para a sua germinação bagos de trigo, milho, aveia e outros cereais, humedecidos em pequenos recipientes mantidos, quer ou não, ao abrigo da luz.
Mas também em terras de gente do mar (caso de Olhão, Algarve) a tradição se mantém, procedendo-se à sementeira das «searinhas», em pratos ou taças, no dia 8 de Dezembro (com trigo, centeio, linhaça, ervilhaca ou grão-de-bico).
Na véspera de Natal as «searinhas» estão prontas e «arma-se o Menino», ou seja, dispõem-se, quase sempre sobre uma mesa coberta com uma toalha branca bordada ou de renda, várias caixas em degrau, forradas conforme o gosto, cobertas, igualmente, com paninhos brancos bordados.No lugar mais alto dessa espécie de trono coloca-se então a imagem do Deus Menino e pelos degraus do trono dispersam-se as «searinhas», alternadas com laranjas, tangerinas e velas, que se deixam acesas durante toda a noite. Este é o presépio mais tradicional, embora surjam ali outras variantes ao gosto de cada um. O mesmo género de presépio, verifica-se na ilha da Madeira, tomando ali o popular nome de «lapinha».
Fonte: Jornal Atitudes. Professora Amália Martins
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